segunda-feira, junho 22, 2009

Retornos

Estou diante de duas possibilidades distintas. Ambas me agradam, ambas só acontecem a partir de janeiro de 2010. Nenhuma é certa, são apenas possibilidades. Uma impede a outra. Ou eu vou estudar cinema na UFF ou vou trabalhar com fotografia de cruzeiros na Princess.

Dias 3 e 4 de outubro vou fazer provas do Enem. Enem, quem diria...! Acho que quando terminei o ensino médio, Enem nem existia. Quando ainda era de primeiro a terceiro ano, e não de nono a décimo primeiro. Agora Enem é obrigatório pra entrar em várias universidades, inclusive a UFF. Vai ser praticamente quatro fases: dois dias de Enem e mais duas fases de vestibular.
Já prestei vestibular na UFF antes, no fim de 2006. Foi lindo. Dias ensolarados, muita gente jovem e alegre, reencontros inesperados... As provas também estavam inspiradíssimas. As questões na primeira fase eram todas fora de ordem, seguindo um fluxo por assunto e não por disciplina. Acho que nem a quantidade de questões era a mesma pra cada disciplina. E caiu fotografia, história da arte, copa do mundo, torcidas de futebol e seus bairros... Eu fiquei muito entusiasmado pra entrar naquela faculdade. Fiquei no número 24 da lista de espera (número de viado). Mas não entrei.

Naquela época, eu ainda vivia em São Paulo. Rio de Janeiro era um sonho diferente daquilo que ele se tornou. Hoje eu moro aqui no Rio, e fazer esse curso seria ótimo para a cidade ficar mais bonita. Eu sinto falta de muitas coisas em São Paulo, mas a primeira delas a ser citada por mim são os cinemas. Talvez a faculdade possa suprir isso.

Além do mais, eu tenho um sonho de ter uma vida acadêmica intensa. Como Hogwarts, do Harry Potter. Morar numa universidade e respirar o curso vinte e quatro horas por dia. Viajar pra estudar. Analisar trabalhos dos colegas, discutir.
Se eu for estudar cinema na UFF, eu espero estudar muito e ter ótimas notas. Ganhar uma bolsa pra fazer um pedaço do curso no exterior. Sempre que possível realizar trabalhos práticos. Estudar e aproveitar como nunca fiz no ensino médio e na faculdade de fotografia.

Em agosto tenho uma entrevista de trabalho com a linha de cruzeiros Princess. Eles competem principalmente com Celebrity e Holland America (apesar de também serem parceiros da HAL). Mas eles também têm navios no nicho de luxo, competindo com Regent e Azamara. Os cruzeiros geralmente são longos e por lugares exóticos. Se eu for, quero aprender tudo bem rapidinho. Maximizar em produção e em serviço, porque vendas eu sei que não é meu forte. E quero fazer muitos, MUITOS contatos.
A primeira vez que trabalhei no departamento de foto de navios, eu demorei muito pra aprender. Demorei muito pra pegar velocidade, não aproveitei bem todos os elogios que me fizeram. A quantidade de gente que gostou de mim e com quem não mantive contato é grande.
Eu sonho em deixar um rastro positivo muito óbvio pelo mundo. Tipo, dar cartões de visita mesmo pra todo mundo que gostar do trabalho, e manter contato com todos. Deixá-los a par do que estou fazendo profissionalmente e da ajuda que preciso. E sonho em viajar muito mais do que viajei na minha primeira empresa. Quero trabalhar na Ásia, nos Estados Unidos, no oriente médio...

Há outra possibilidade menos incerta a minha espera: ir ao Peru em novembro ficar com meu (ex) namorado. Tentar acertar de vez e mais uma vez a relação. Ele já esteve aqui duas vezes pra ficar comigo, e fez muitos sacrifícios para morarmos juntos este ano. Eu também fiz sacrifícios à minha maneira do lado de cá, mas infelizmente forças maiores impediram nossos planos.

É engraçado que essas três coisas que são basicamente todo o meu combustível para sete meses de 2009 sejam idéias recicladas de anos anteriores. Já tentei entrar na UFF e ter uma intensa vida acadêmica perseguindo o cinema. Já fiz dois contratos em navios de cruzeiro, fui promovido duas vezes e conheci 25 países. Já amei meu ex namorado e terminei com ele, e já voltamos e nos encontramos fora do navio. É um alívio que a vida esteja me dando mais chances para algumas dessas coisas maravilhosas, e é triste que eu não tenha quase nenhuma outra escolha além daquelas que eu já experimentei no passado.

Falta muito ainda pra novembro, e mais pra janeiro. Eu já aprendi que é no caminho para os nossos sonhos que eles se transformam, e novos sonhos surgem. Os planos vão se ajustando até ficarem irreconhecíveis. Algumas fases da vida são assim, repletas de surpresa. 2010 está exatamente como 2006 e 2008 me pareceram no passado: invisível por detrás do mistério, mas com ótimas possibilidades.

quinta-feira, junho 18, 2009

Um bom texto

Inventar sempre foi muito difícil pra mim. Me falta criatividade, e me falta muita coragem. Se crio uma situação fictícia interessante, é muito difícil pra mim resolvê-la. Não tenho criatividade.

Por exemplo: se o sangue de uma garota, esparramado pelo chão, aos poucos começa a flutuar, formando corações vermelhos, o que fazer? Como sair disso? E como chegar lá, em primeiro lugar? Sei que de alguma forma isso partiu de Alice e sua rival, a Rainha de Copas. Sei que os corações vermelhos são isso, e que a violência da cena é inspirada por um jogo de computador sobre essa mesma história de Alice. Mas o que mais? Não tenho criatividade para resolver a cena, não faço idéia de onde ir depois disso. A cena me inspira, ao mesmo tempo em que não me deixa saídas. Como não sentir vontade de escrever, de inventar, ao visualizar aquele banheiro branco, apertado, o armarinho aberto atrás do espelho acima da pia, o sangue lentamente se juntando e subindo? É uma cena de lindas promessas, mas eu não sou capaz de cumprir nenhuma.

Uma vez, aos quinze anos, escrevi essa história. Foi pra aula de inglês. Alice era, como dizia-se na época, “clubber.” Bonita, jovem, moderna, drogada. Terminou pela enésima vez com seu namorado também clubber (e portanto, bonito, jovem, moderno e drogado). Ficou mal, cheirou cocaína, teve umas alucinações (a linda cena no banheiro não passou de um sonho induzido por narcóticos...). No seu delírio, viu dois caminhos distintos que sua vida seguia. Um bom e o outro ruim. Quando ela volta a si, resolve parar de usar drogas. É capaz que as alucinações mostrando dois futuros de Alice tenham vindo de Um Conto de Natal, de Charles Dickens. Eu havia lido o livro recentemente. Eu, que nunca havia usado drogas e muito menos namorado. E é isso. Toda a história acontece em umas duas páginas. Todo o desenvolvimento não é apenas pobre de idéias, mas é também medroso. E aqui passamos à falta de coragem.

Se não consigo criar, por que não falar sobre a verdade? Já vi e li tanta coisa legal baseada em fatos reais, ou mesmo totalmente jornalística ou documental! O universo da não-ficção é imenso. Posso escrever desde uma receita de bolo até uma biografia de um artista que eu goste, passando ainda por resenhas de filmes, relatos de férias, fofocas do meu círculo social, e a lista segue...

Na não-ficção, além de me faltar criatividade, me falta coragem. E muita. Escolhi um tema delicado: meus encontros amorosos. Eu mesmo me escondi atrás de um personagem fictício, mas não quis mudar o nome dos personagens porque já havia me acostumado muito com eles e seus apelidos. A idéia parecia ótima: cada encontro ou homem que mexeu comigo, ganharia um post. A maioria destes, seriam homens com quem eu transei pelo menos uma vez. Cada post seria sobre um encontro, provavelmente a primeira vez que transei com cada cara. Difícil...! Quis suprimir alguns “defeitos” do encontro, coisas que eu preferia que tivessem sido diferentes. Criei até defeitos novos. Mas o texto ia rápido, vazio, cheio de nada... A introdução e os títulos (os apelidos de cada cara) eram ótimos: “Greg, o modelo;” “Lufe, o cineasta;” “Krishna, o esotérico” e outros tantos que prometiam histórias ótimas...! Mas não consigo conduzir as ações naturalmente. Todas terminavam com frases do tipo “foi bom” ou “penso nele às vezes” ou outra coisa igualmente opaca. Meus personagens parecem que estão numa versão censurada de Malhação...

Enfim, quero aprender a escrever e a criar. Eu devo ter alguma criatividade. Afinal, sempre tive uma certa inclinação artística, e sou fotógrafo profissional. No momento, vou tentar aprender sozinho. Lendo um pouquinho de Érico Veríssimo e assistindo O Iluminado de Stanley Kubrick, aprendi (teoricamente) que escrever pode ser duríssimo, e precisa ser um exercício diário. Fazer disso o meu trabalho. Não lembro onde vi isso (não foi Veríssimo nem Kubrick...), mas dizia que trabalhando todos os dias na escrita seria o único jeito de produzir algo de qualidade, ainda que esse algo surja em apenas 10% de todo o tempo trabalhado... O exercício constante da escrita tornaria possível a criação de um bom texto (seja lá o que isso for...). Não me engano, nunca tive o dom das palavras. Sempre brinquei e trabalhei com imagens. Não posso esperar aprender sozinho a ser um ótimo escritor. Mas eu definitivamente preciso aprender a criar. Acho que vai ser um parto com fórceps. Mas só se der certo.

quarta-feira, julho 19, 2006

Uma espécie de eu

Essa é a foto do meu perfil. Eu posto ela aqui pra poder colocar lá apenas.


sábado, julho 15, 2006

Primeiro post

Esse é o primeiro post. Eu sempre faço isso, escrevo qualquer bobagem correndo só pra ter logo um começo de blog, e deixo pra desenvolver depois.

Aguarde, até agosto chega o segundo e o terceiro e o resto inteiro.